13h32. Hoje estou mais aliviado. Ainda bem. Já dou a opinião
de Seu Raimundo quase como perdida. O plano de saúde só se ligar de novo. Ou se
decidiram por me enviar um boleto pelo correio, sabe-se lá. O mundo não mudou
de ontem para hoje. Recebi os e-mails da incrível revisora e da minha amiga do
ateliê de pintura de bonecos, ambas as notícias foram boas e me deixaram
contente. Preciso só convencer minha mãe a fazer logo o pagamento à minha amiga
revisora para ficar ainda mais completamente tranquilo. Acho que me excedi
mandando o e-mail para Seu Raimundo, mas o que está feito, está feito. Já conto
com a revisão da incrível revisora que era, antes da possibilidade de Seu
Raimundo, com tudo o que contava e provavelmente é com tudo que continuarei
contando. O que está de bom tamanho para mim. Mas uma esperança ainda resiste
em relação ao velho escritor. Minha Asuka na moto ficará fantástica como tudo
que a Yeti Art produz. Hoje é sexta-feira e há possibilidade de saída. Não que
eu esteja animado para isso, mas posso me forçar a ir. A vontade que tenho é não
deixar o meu quarto-ilha. E isso é triste, mas já é um treino caso a obra seja
produzida. Vamos ver qual vai ser reação da minha amiga revisora quando de
posse de toda a verdade. Quando chegar até o fim.
14h09. Liguei para o plano de saúde e descobri que eles não
produzem nenhum documento que sirva de comprovante de residência. Me foi
sugerido que fosse a um banco pleitear isso. Irei na semana que vem, visto que
hoje é sexta e estou com preguiça de ir. Então vou na segunda. Pode ser que
ainda consiga mandar para o concurso, uma janelinha de esperança se abriu. Não
que vá ganhar o concurso, o importante é participar. Até porque a minha amiga
revisora já disse que há sugestões de edição em relação ao texto, e está apenas
no começo, suponho. Nossa, como queria receber resposta de Seu Raimundo. Será
que porque publiquei no blog que consegui falar com ele, outras pessoas
tentaram mandar e-mail com obras para ele? Tomara que não.
14h28. Talvez tenha saída hoje. Para o Central, aniversário
de um membro da turma. Me parece interessante. Por mais que não queira sair de
casa, faria esse movimento para ir. Dá várias gatinhas lá. Quem sabe a mágica
não aconteça? Hahaha. A quem estou querendo enganar? Mas, se for, levarei uma
caneta para, quem sabe, mandar algum torpedo. Se é pela escrita que me exprimo
melhor, ela pode ser a minha arma. Hahaha. Coisa mais antiquada, torpedo.
Talvez aí resida o seu charme ou o meu charme. Hahaha. Realmente é muita viagem
da minha cabeça. Às vezes penso que estou de fato em mania. Mas não vejo
sintomas disso, como falar demais ou psicomotricidade exacerbada. Fiquei
ansioso ontem, bateu uma crise disso, mas hoje está tranquilo. Mandei um e-mail
que não devia? Mandei. Não posso pressionar um grande escritor a me dar
respostas, mas fiz essa pressão para diminuir a minha ansiedade. Agora estou
mais relaxado, mesmo que ele não me responda mais. Aliás, acho que é exatamente
o que vai fazer. Queria só um e-mail de resposta. Mesmo que dissesse que não
vai mais ler. Ou que está uma porcaria. Qualquer coisa. Em verdade, guardo uma
esperança de que ele goste do material. Seria a glória para mim. Vou fumar um
cigarro.
14h53. Me peguei pensando no Central com certa animação. Me
lembrei também do elevador rosa. Exato, elevador rosa. Literalmente. O nosso
elevador social, para evitar degradação, visto que é novo, foi recém-instalado,
enquanto fazem a substituição do de serviço, foi revestido de tapumes cor de
rosa o que o torna um ambiente bastante peculiar. Obviamente tirei uma foto
para mostrar para vocês.
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É verde, é rosa, ai, abre alas para a Mangueira passar. Hahaha. |
14h56. Estou abismado que o meu post, mesmo sem ser
divulgado já conte com 12 visualizações. Não sei qual foi a mágica que se deu,
pois o título não é chamativo e o texto é praticamente todo voltado à ansiedade
de não receber respostas dos e-mails que mandei. Três dos quatro foram
resolvidos ou estão em processo de. Só falta mesmo Seu Raimundo. Mas se a minha
amiga revisora achar que o texto vale a pena, para mim está de bom tamanho. Embora
quisesse muito, muito, uma resposta com orientações dele. Seria o melhor
presente que poderia ganhar. Repassaria as informações para a minha amiga
revisora para ela fazer o que lhe convier fazer. Da última vez ele me respondeu
por volta das 16h00. Será que responderá de novo, o e-mail desesperado que o
enviei ontem? Ah, sabe de uma coisa, está entregue, que o destino tome o rumo
que achar válido. O que tenho já está de bom tamanho. Espero que a minha amiga
revisora não fique com preconceito de mim após ler o livro todo. Tomara mais
ainda que ela transforme os meus textos em algo mais próximo de literatura. Se
eu publicar, mandarei para todos os veículos que puder. Digo, se for uma
produção independente. Se for por uma editora, acho que ela cuida disso. Meu
sonho é passar na Livraria Cultura e ver lá o meu livro exposto. Aí eu diria,
cheguei lá. Ou antes ainda se recebesse uma crítica favorável de Seu Raimundo.
Eita, Seu Raimundo, se o senhor soubesse o quanto eu penso e preciso do seu
feedback. Como sou ingrato. Já tive três dos e-mails solucionados e não me dou
por satisfeito. Arre, é muita pretensão. Mas Seu Raimundo se mostrou tão
prestativo. Não sei se o meu e-mail repleto de ansiedade melou tudo. Não tenho
como “desenviá-lo”. Nem vou mandar outro dizendo que ele releve. Seria pior
ainda. Deixa a coisa como está e se porventura ele vier a responder, respondeu.
Se não, não. Não há mais nada que eu possa fazer. E esse não ter mais nada a
fazer me dá um alívio de qualquer ansiedade que me acometia. Esgotadas as
possibilidades, relaxo. Mas enquanto isso não se dá, nossa, a ansiedade me
acomete. O texto de ontem reflete bem isso.
15h29. Meu primo-irmão confirmou que ia para o Central e que
eu poderia aparecer na casa dele por volta das 22h00. É o que farei se minha
mãe assim consentir, o que acredito que acontecerá. Não pretendo fazer mais
nada no final de semana depois disso. Uma saída semanal me basta. Estou com
vontade de dormir, mas não vou. Vou esquentar o café frio de ontem no
micro-ondas para ver se me reanimo. O Central dá altas gatas. Pelo menos da última
vez que fui, achei isso. Faz tempo, viu? Fui à cozinha e mecanicamente pus gelo
no copo, só no meio do ato lembrei do café, então peguei outro copo de Coca
mesmo, que está acabando para a minha infelicidade.
15h40. Apareceu o Homem de Ferro que tanto queria, pelo
precinho que acho justo, no eBay. Mas não vou arrematá-lo porque é um boneco a
mais para trazer dos EUA. Estou fora. Prefiro que pintem os meus kits, ou que
guarde para a Harley Quinn ou qualquer outro que me encante mais. Queria falar
de bonecos, mas acho demasiado chato para esse blog. É uma oportunidade única
de pegar o Homem de Ferro, mas resistirei. Já tenho bonecos demais da conta. Se
fosse eleger um só para ficar? Claro que seria o Hulk, não tem nem o que
pensar. Ele é meu companheirão. Minha aquisição mais cara e a menina dos olhos
da minha coleção. Mas disse que não falaria de bonecos. Aí, quando paro de
pensar neles – e de olhar para o Hulk – me lembro de Seu Raimundo. Era melhor
não ter achado o seu e-mail e recebido resposta de que leria com prazer a minha
obra. Havia deixado a aba do leilão do Homem de Ferro aberta, mas para que?
Então a fechei para eliminar qualquer possibilidade de cair em tentação. É
passado, foi, finito. Será que a líder vai para o Central hoje? Tudo indica que
sim. Deve ter deixado o pequeno com os avós. Desde que se tornou mãe, nunca
mais a vi. Como queria uma resposta do escritor. Posso tentar mandar para
outros, mas me sentiria traindo Seu Raimundo. Será que ele tem um assessor para
gerenciar sua persona cibernética? Olhe onde a especulação chega. Que ridículo.
Não vou morrer se não receber resposta, mas poderia ser uma que mudasse a minha
vida. Que, mesmo sem publicar, já fizesse o meu trabalho parecer válido. Ou,
muito pelo contrário, que me desestimulasse completamente. Eu queria muito o
aval dele. Seria como um selo de qualidade para o meu texto, um selo de
excelência. Mas duvido que da altura da sua escrita veja valor numa coisa
construída de forma coloquial, prosaica e vazia. Queria pelo menos que prendesse
a atenção do leitor.
16h11. Recebi uma mensagem agora e não sei se acredite. Não,
não foi de Seu Raimundo. De qualquer forma estou de mãos atadas e nada posso
fazer para ajudar o meu amigo em suposta necessidade. A história está muito
estranha. A verdade é que acho que ele está sem dinheiro e quer arrumar comigo
com uma história mirabolante. Ou pode ser verdade. Só uma coisa foi uma
inverdade, a parte em que tenta jogar a culpa para mim. Bom, não tenho como
ajudá-lo de qualquer forma.
16h22. Coloquei o resto do café frio requentado do
micro-ondas. Não está a melhor coisa do mundo, mas é café. Ainda atordoado com
a mensagem, mas não há nada que possa fazer. Ele ficará com raiva de mim, é a
vida. Espero que não tenha recaído na pedra. Bom, não vou matutar muito sobre
isso. Fato é que não tenho meios de ajudá-lo.
16h36. Ele se acalmou mais, fui bem honesto e assertivo. A
melhor forma de lidar com o mundo. Embora nem sempre consiga. Mudemos de
assunto. Talvez encontre com o meu amigo da piscina amanhã. Espero que seja um
encontro legal. Geralmente é. Mas me focando no hoje, há o Central, que já me
dá um frio no estômago. Não posso ir para lá todo fechado como um caramujo que
entra dentro da casca. Tenho que ser mais aberto, muito mais aberto. E pedir que
mamãe corte os pelos da minha barba que já entram na minha boca. O que é
incômodo e um impeditivo para um hipotético beijo.
17h25. Mamãe tentou fazer o pagamento da minha amiga
revisora e não conseguiu. Que saco. Ainda terei que ir com ela ao supermercado.
Mas sairei hoje para o Central, talvez seja bom. E, no supermercado posso
comprar guloseimas que me agradem. Minha amiga não responde. Bem, quando ela se
comunicar pode ser que dê para fazer a transferência hoje. Não sei, pois os
bancos já fecharam, mas pelo menos fazer hoje para que se dê na segunda. É algo
a mais para pensar, supermercado, pagamento da incrível revisora, Central. Mas
Seu Raimundo paira no fundo da minha mente. Ô pensamentozinho persistente. Mas
não me dou por satisfeito sem o aval ou a condenação dele. Não devia nunca ter
tido essa ideia de procurar pelo contato dele na internet. Que saco. A
ignorância às vezes é uma bênção de fato. Acho que eu sou o cliente mais chato
da minha amiga revisora, não paro de encher o saco dela todo santo dia, ela já
deve estar saturada de mim. Mas também quando pagar a primeira parcela, eu
relaxo.
18h56. Voltamos do supermercado, foi rápido, ainda bem.
Agora o meu foco é na saída para o Central. Confesso que não estou com vontade
nenhuma de ir e isso é muito chato. Ainda bem que ainda tenho três horas para
me preparar. É sempre assim que as saídas se dão comigo, sempre uma apreensão
prévia em relação ao programa. Minha mãe me desconcentra. Falou dos cigarros e
o assunto ficou ecoando na minha cabeça e criando pernas, cheguei a pensar se
terei cigarros para ceder ao meu amigo da piscina amanhã. Espero que sim. Se
ele estiver disposto a descer amanhã. Pode estar amuado comigo porque disse que
tinha um aniversário para ir e não poderia ir para a piscina. Mamãe guarda as
compras e dentro em breve vai à piscina para uma reunião de condomínio, onde o
candidato a novo síndico apresentará suas propostas. Será um encontro regado a
vinho e salgadinhos. Bem diferente dos demais síndicos que já pleitearam a
vaga. Espero que seja uma espécie de aprazível confraternização e que minha mãe
tenha bons momentos lá. E que esse síndico ganhe, eu é que não teria coragem de
ficar nessa berlinda na frente de moradores conhecidos do condomínio. O que
devem falar e falam mal de síndico pelas costas não está no gibi. Deu me livre.
19h18. Estou tomado por um sentimento ruim. Não sei de onde
veio nem qual é a causa. Um desconforto na alma como se houvesse algo
terrivelmente errado com a minha vida. Não sei aferir o que é, a primeira coisa
que pipoca na minha cabeça é o livro. Mas ele pipocaria em qualquer situação,
pois é o assunto principal da minha vida hoje. Talvez seja o fato de levar a
vida a escrever, talvez seja o receio de encontrar pessoas. Sinceramente não
sei.
19h26. Será que a história do meu livro é uma história que
merece ser contada? Eu sinceramente não sou a pessoa mais indicada para avaliar
isso. É uma história peculiar, eu creio. Mas não sei se os personagens têm
profundidade psicológica, nem sei se isso é necessário. Poderia ter descrito
tudo com ainda mais detalhes, coisas que me lembro e que tratei
superficialmente, não dei conteúdo, mas o livro ficaria ainda mais enorme. Está
entregue, está nas mãos da incrível revisora. Se ela me pedir para elucidar determinado
trecho, se lembrar e puder, faço. Minha mãe gosta de solenidades, eu odeio
solenidades. Não iria nunca para uma reunião de condomínio. Para falar a
verdade não tenho vontade de sair do meu quarto-ilha. Nem para ir ao Central.
Estou de baixo-astral. Vamos ver se isso melhora em pouco mais de duas horas,
mas acho que sim, quando me aprontar descer e pegar o Uber, quando a coisa se
tornar mais concreta eu me animo mais. A incrível revisora ainda não deu sinal
de vida. Mas isso já era esperado. Eu tenho que botar na cabeça que existe
final de semana, eu não penso muito sobre o acontecimento, pois meus dias são
muito semelhantes independentemente de que dia da semana seja. Aos poucos vou
perdendo a sensação de final de semana. A diferença do final de semana é a
possibilidade de sair para o mundão. Coisa que não faço durante a semana porque
simplesmente não sinto vontade. É, eu sou um sujeito estranho. Cada vez mais. E
me sinto confortável com isso. Bem, há um desconforto, mas a acomodação é muito
maior. Qual seria o desconforto? Que estou gastando a minha vida à toa
escrevendo essas asneiras quando podia estar experimentando o mundo. Mas
experimentar o mundo geralmente envolve algum dinheiro, coisa da qual não
disponho em geral. Obviamente minha mãe deixou dinheiro para a saída de hoje,
mas durante a semana é extremamente raro eu estar de posse do vil metal. Mas
caso o livro saia, esta vida caseira vai ser a minha vida mesmo, por razão da
exclusão social com a perda da maior parte dos meus amigos. Um dos dias que
mais gosto é a segunda, pois é dia de terapia. É um momento bom. Só não acho
que ela vá achar válido eu revelar um detalhe chave do livro. Por isso calarei
sobre isso. Ela me fará questionar as perdas sociais que terei. E já tenho isso
bem pesado. E o peso é enorme. Só não é maior porque passo a maior parte da
minha vida enfurnado escrevendo. Quase não tenho contato com ninguém, mas
ficarei socialmente estigmatizado. Tenho convicção disso. Só queria que a minha
obra fosse única em algum aspecto. Queria deixar a minha marca na literatura, o
que não vai ser o caso. Talvez como escritor maldito. Hahaha. Ao menos isso.
Hahaha. Mas vou além e me terão por uma pessoa maldita. Pois se há uma coisa
que farão é me maldizer. Aí talvez seja até uma alternativa ir morar nos EUA
com o meu irmão mesmo. Como se minha obra fosse ter essa abrangência, atingir
tantas pessoas. Provavelmente acabarei publicando 50 exemplares e me queimarei
apenas com os meus amigos. O que é o mais terrível. Me queimar com
desconhecidos pouco se me dá. Mas com pessoas que conheço é sem dúvida a parte
mais difícil. Ou quem sabe nem publique. Seu Raimundo poderia jogar uma luz
sobre a pertinência do livro. Ou ele mesmo ficou tão indignado com o conteúdo –
e consequentemente comigo – que não quer nem se dar ao trabalho de me
responder. Ou talvez responda para me insultar. Sei lá. Posso estar fazendo
tempestade em copo d’água. Mas acho que o buraco é um pouco mais embaixo.
20h27. Se eu fosse uma mariposa não teria dilemas
existenciais. E ainda poderia voar. Mas eu sou um cara que quer publicar um
livro que não deveria publicar. E vivo esse dilema entre o querer e o não
dever. Coloquei as engrenagens para girar. Só quero que mamãe veja o livro uma
vez publicado, quando não haverá volta. Eu não queria que o meu padrasto lesse.
Eu não queria que nenhum conhecido lesse. Talvez se lançar com um pseudônimo.
Sei lá. Não sei se é possível lançar na surdina. Tenho que meditar muito sobre
o assunto e conversar com a minha amiga revisora acerca da viabilidade da obra.
Poucos foram os que se expuseram mais que eu. Pelo menos tenho esse
diferencial. Talvez esteja criando tempestade em copo d’água. Tomara. A hora do
programa se aproxima. De 21h30 começo a me aprontar para ir. São 20h35. Uma
hora ainda. Quem me dera ter uma resposta de Seu Raimundo nesse ínterim. Acho
que ele não vai responder nunca. Preciso introjetar esta possibilidade. É a que
se afigura como a mais real. Senão teria me respondido o e-mail de ontem. Eu, em
seu lugar responderia. Mas eu sou eu e ele é ele. Não tem nada a ver o que
faria com o que ele fará ou deixará de fazer. Maldita hora em que fui achar o
e-mail do homem. Por que ele simplesmente não me deu nenhuma resposta? Por que
me deu esperança? Que ozzy. Será que chegou a ler? Algum trecho? Sei lá e
provavelmente nunca saberei. Saberei o que minha amiga revisora vai achar. E
isso pode definir se eu publico ou não o conteúdo. Ela não dá notícia de vida.
Espero que não desista de revisar quando a parte mais chocante se apresentar.
20h51. Nossa, passei um bom tempo matutando aqui e só
sentimentos ruins rolando, só as piores expectativas. Talvez sair e ver o mundo
recicle um pouco o meu repertório. A hora se aproxima para a saída. Acho
estranho a minha amiga revisora não ter dado sinal de vida. Só maus
pressentimentos. Vixe, texto mais chato. Só remoendo tudo o que pode dar errado
com o meu projeto. Meu grande sonho número um. Talvez vire o meu maior
pesadelo. Estarei eu preparado para isso? Acho que este texto vai para o Vate.
Não quero minha mãe lendo isso.
20h59. Nem sei se quero alguém lendo isso. Mas talvez isso
seja o grande teaser do meu livro. O
trailer. Hahaha. Gerando curiosidade sobre o que de tão aberrante há no livro. Será?
Vou publicar esse texto num dos meus blogs capilares, é melhor. Mais prudente.
Já me pus até em bolar slogans para o livro. Hahaha. Para banners de internet.
Um seria, “imoral, pervertido e absolutamente sincero. Leia.”. Ou outro seria.
“Só louco para criar algo tão polêmico”. Outro seria. “Ele gostou de estar no
manicômio. E você?”. Só pensei nesses até agora. Em verdade havia mais, mas se
perderam, caíram da memória. 22 minutos para me arrumar.
21h11. Vou pegar o último copo de Coca antes do banho. Estou
matutando aqui e tudo o que me vem são sentimentos negativos. “Ele tomou
eletrochoques. Mas choque mesmo tem quem lê.” O que me lembra que preciso
tratar dos eletrochoques com mais detalhe. Menciono rapidamente. Eu acho. Nem
lembro. Talvez só tenha tratado deles no blog. Realmente me falha a memória.
21h21. Definitivamente não vou publicar isso no Profeta. Se
minha mãe ler, vai querer ter acesso ao conteúdo do livro antes do lançamento.
E isso não vai acontecer. Acho que minha amiga revisora vai desistir do
trabalho. “Um livro maldito”. Poxa, achei esse o melhor slogan. Sintetiza tudo
e desperta curiosidade. Queria que a revisora não desistisse e tornasse o livro
mais literário, sei lá. 21h29. Preciso tomar banho. Sem saco nenhum para ir.
Mas vou. Quando acabar escrevo sobre a noite, se tiver paciência.
21h43. Acho que não vou mais. Não estou com saco nenhum. E
começou a chover, o local é aberto, não acho uma boa combinação. Melhor ficar
em casa. “Quando a gente não quer, qualquer desculpa serve”
-x-x-x-x-
15h24. Fui para o encontro e não poderia ter sido mais
agradável. Gosto de sentar e conversar. E foi o que fizemos. Nada de balada, de
barulho, de luzes piscando. Todos sentados conversando sobre os mais diversos
temas da vida. Um que me chamou atenção foi quando tratamos de relacionamentos
amorosos, o que deu pano para a manga para o meu post mais recente do meu blog
principal, esse é apenas um blog que chamo de capilar, ou seja, um blog que
registrei porque achei o nome interessante e que tem um link redirecionando
para o Jornal do Profeta. Se você quer ver em que resultou essa conversa sobre
relacionamentos acesse http://jornaldoprofeta.blogspot.com.br/2018/05/carta-garota-da-noite.html
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